A história e a receita.
Breve história
Segundo
Matthew Walker, o maior produtor britânico de Christmas puddings, no
século XIV, o doce era originalmente uma espécie de mingau. Entre os
ingredientes, estavam a carne de boi, uvas-passas, ameixas, vinho e
especiarias, e era consumido como entrada nas comemorações do Natal.
No século XVI, começou a ser chamado de plum
pudding, quando bebidas alcoólicas e
frutas secas em profusão começaram a ser adicionadas à receita original. Por
volta de 1664, o prato foi banido pelos puritanos, sendo reintroduzido às
mesas, mais tarde, em 1714 no reinado de George I (1660-1727). Conta-se que o
rei, após comer uma fatia do doce, por ele se apaixonou e ordenou,
imediatamente, que fosse sempre preparado na cozinha real e fora dela.
Todavia,
foi no período vitoriano, século XIX, que houve uma reinvenção do Christmas pudding, tomando a forma que conhecemos hoje. É também daquela
época o costume de colocar moedas de prata dentro do doce, garantindo sorte
para quem as encontrasse. O felizardo poderia também fazer um pedido, pois,
segundo a tradição, o seu desejo seria realizado. Outra das tradições é colocar
anéis de ouro na massa, garantindo casamento para quem os encontrasse, no ano
seguinte.
No
primeiro domingo de Dezembro, o Sunday
Stir-up, é o dia no qual se inicia a preparação dos melhores pudins da
Inglaterra. Cada membro da família mexe na rica mistura de ingredientes que
compõe o pudim e faz um pedido. O pudim é cozido, arrefecido e guardado em
ambiente seco, à espera de ser cozido a vapor, novamente, no dia de Natal.
No
livro A aventura do pudim de Natal, a dona da mansão em que Poirot está hospedado
segue a tradição religiosa de começar a preparação no domingo do Advento, data
cristã que conta o domingo a quatro semanas antes do Natal. Todas as pessoas
presentes na mansão, nesse dia, são convidadas a mexer na mistura enquanto
fazem um pedido. O pudim é cozido, arrefecido e guardado num ambiente seco, à
espera de ser cozido a vapor, novamente, no dia de Natal.
Servido num prato decorado com ramos de azevinho, o pudim é flamejado com
conhaque, num ritual para espantar os maus espíritos. Seguem-se aplausos e
assobios e as crianças cantam a canção tradicional:
“Stir up, we beseech
thee,
The pudding in the pot
And when we get home
We´ll eat the lot."
Receita tradicional inglesa com forma
Tempo de preparação: 50 min
Quantidade: 10 porções
Ingredientes
200g
de uvas-passas pretas
100ml de rum escuro
1 colher de chá de canela em pó
½ colher de chá de gengibre em pó
¼ colher de chá de cravo em pó
¼ colher de chá de noz-moscada
6 colheres de sopa de cerveja escura
250g de açúcar mascavo
120g de miolo de pão
100g de farinha de trigo
120g de manteiga derretida
3 ovos
raspas da casca de 1 laranja
raspas da casca de 1 limão
1 maçã ralada
60g de amêndoas
80g de frutas cristalizadas
150g de uvas-passas brancas
Preparação:
1. Hidratar as passas em água quente e escorrer.
2. Num recipiente grande, misturar farinha de trigo, pão esfarelado,
açúcar mascavo, manteiga derretida, gengibre, cravo, canela, noz-moscada e por
fim, acrescentar as raspas de laranja e limão.
3. Ralar a maçã sobre a mistura e incorporar, acrescentar os ovos levemente
batidos, a cerveja e misturar bem a massa.
4. Colocar as amêndoas trituradas, as passas e as frutas cristalizadas.
5. Untar uma forma (preferencialmente côncava tipo “
bowl” ou de bolo inglês) com manteiga e
colocar a massa dentro; cobrir com um disco de papel manteiga e após com papel
alumínio.
6. Numa panela grande e com tampa, adicionar água até a metade e
colocar o bolo para cozinhar em banho-maria durante um mínimo de 6 horas
(se a água evaporar acrescentar mais água até o final da cozedura).
7. Deixar esfriar e desenformar.
8. Regar com o rum e flamejar.
Fonte: Embaixada Britânica